Mais de mil pessoas estão na fila de espera para transplante de órgãos em Pernambuco, segundo dados da Secretaria de Saúde divulgados nesta quarta-feira (3). O número, segundo o governo estadual, poderia ser menor se mais famílias aceitassem doar os órgãos de entes falecidos. Nos dois primeiros meses do ano, o índice de recusa foi de 36%.
Segundo a Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE), um percentual aceitável de negativas deveria ficar em torno de 30%. Entre janeiro e fevereiro de 2019, Pernambuco realizou 93 transplantes de órgãos sólidos, entre coração (8), rim (56) e fígado (27) - um a mais que o mesmo período em 2018.
No Brasil, a doação só pode ser efetuada com a autorização de um parente de até segundo grau. Entre janeiro e fevereiro deste ano, foram 47 entrevistas e 17 recusas. De acordo com a pasta, a dificuldade em diminuir o número de pacientes na fila de espera por transplantes está diretamente ligada à falta de informações e preconceito.
A Central de Transplantes aponta que, ao longo dos anos, constatou a falta de entendimento da população sobre o que é a morte encefálica e que não a volta, apesar do suporte tecnológico.
Além disso, há mitos relacionados a como o corpo do doador será entregue à família. A Central lembra que, após a retirada dos órgãos ou tecidos, a equipe médica faz todo o procedimento para que o corpo seja entregue íntegro para que as cerimônias de despedida possam ser realizadas normalmente.
Fila de espera
De acordo com a Secretaria de Saúde, a maior espera no estado é por rim (898), seguida de córnea (117), fígado (110), medula óssea (16), coração (13) e rim/pâncreas (10). Quanto à espera de córnea, todos os pacientes do estado conseguem a doação em até 30 dias.
Em relação à medula óssea, o SES frisa que é possível fazer a doação em vida ao se cadastrar no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). Para doar, é preciso ter entre 18 e 55 anos. Uma vez no banco de dados, o possível doador pode ajudar alguém em qualquer lugar do Brasil e também do mundo.